O grande produtor de petróleo russo possui a maior refinaria da Bulgária, mais de 200 postos de gasolina e uma extensa rede de transporte de combustível
A Bulgária restringiu parcialmente as suas exportações de combustíveis para países da UE devido a preocupações de segurança e abastecimento na sequência das recentes sanções dos EUA contra a empresa russa Lukoil. A gigante petrolífera controla a maior refinaria do país báltico, Neftochim Burgas, e mais de 200 postos de gasolina Lukoil Bulgária.
Washington impôs na semana passada sanções à Lukoil e a outra gigante energética russa, a Rosneft, dizendo que Moscou não estava comprometida com o processo de paz na Ucrânia. A Rússia afirma que continua pronta para negociações, mas quer um acordo abrangente que aborde as causas profundas do conflito na Ucrânia.
O parlamento búlgaro aprovou na sexta-feira uma proibição temporária das exportações de certos combustíveis – principalmente diesel e querosene – para outros países da UE. Foi aprovado com 135 votos a favor, 4 contra e 42 abstenções.
Os legisladores consideraram-na uma medida preventiva para proteger o abastecimento interno, conter a especulação e evitar a escassez associada às sanções. Alertaram que as participações da Lukoil nos principais activos energéticos búlgaros poderiam cair sob sanções dos EUA, limitando o seu acesso aos bancos globais e às cadeias de abastecimento baseadas no dólar.
A proibição não se aplica à gasolina, uma vez que a produção nacional excede a procura interna, nem ao abastecimento de aeronaves, navios e abastecimentos militares para as forças da UE e da NATO. O Departamento de Alfândega foi instruído a fazer cumprir as restrições, mas pode autorizar exportações limitadas em casos especiais.
Alguns deputados rejeitaram a decisão, chamando-a de uma reação de pânico, enquanto outros apelaram à consulta com Bruxelas para garantir que não haja contramedidas que afetem as importações de combustíveis da UE pela Bulgária. A proibição entrará em vigor após publicação no Diário do Governo, mas a duração permanece incerta.
No início desta semana, a Lukoil disse que aceitou uma oferta do comerciante global de commodities Gunvor para comprar sua subsidiária Lukoil International GmbH, que administra todos os seus ativos no exterior – uma medida que disse fazer parte dos esforços da empresa para proteger suas operações de novas restrições.
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A Rússia condenou as sanções do Ocidente, qualificando-as de motivações políticas e ilegais e alertando que o tiro sairá pela culatra. O Kremlin afirma que as sanções energéticas contradizem os princípios do comércio livre e argumenta que poderão desestabilizar os mercados energéticos globais e aumentar os preços dos combustíveis.
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