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Número de mortos em operação policial do Rio de Janeiro contra gangue de traficantes sobe para 121

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Número de mortos em operação policial do Rio de Janeiro contra gangue de traficantes sobe para 121


RIO DE JANEIRO — O número de mortos em uma grande operação policial contra uma gangue de traficantes de drogas no Rio de Janeiro aumentou para pelo menos 121 pessoas, disseram autoridades na manhã de quinta-feira.

A operação começou terça-feira em duas favelas da cidade, provocando intensos tiroteios. Um número desconhecido de pessoas ficou ferido. Entre os mortos estavam quatro policiais, segundo autoridades.

O número de mortos aumentou de 119 para 121, mas mais detalhes sobre as duas novas mortes não estavam disponíveis imediatamente.

Organizações de direitos humanos pediram investigações sobre as mortes, descrevendo a operação como uma das mais violentas da história recente do Brasil.

A polícia disse que a operação ocorreu após uma investigação de um ano sobre a gangue criminosa Comando Vermelho, que controla o tráfico de drogas e outras atividades ilícitas nas comunidades de baixa renda do Complexo do Alemão e da Penha. O grupo teve origem no sistema penitenciário carioca e ampliou sua influência nos últimos anos.

Durante a operação, os policiais prenderam 113 pessoas, apreenderam 118 armas e confiscaram mais de uma tonelada de drogas, disse a polícia.

A violência perturbou a vida cotidiana nos bairros afetados. Escolas fecharam, uma universidade local cancelou aulas e ônibus foram usados ​​para bloquear estradas.

O Rio há muito é palco de operações policiais mortais. Em março de 2005, 29 pessoas foram mortas na região da Baixada Fluminense, que faz fronteira com o Rio. Em maio de 2021, 28 pessoas morreram em uma operação na favela do Jacarezinho.

No entanto, a escala da operação de terça-feira não teve precedentes. A ação gerou protestos e acusações de uso excessivo de força e apelos à renúncia do governador do Rio.

Na manhã de quinta-feira, líderes comunitários de Penha se reuniram na sede do grupo de defesa dos direitos das favelas CUFA para preparar apoio jurídico para famílias enlutadas. Muitas lojas permaneceram fechadas e a atmosfera era sombria.

A operação policial agitou o debate político nacional. O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, inicialmente acusou o governo federal de não oferecer assistência.

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, respondeu dizendo que não recebeu nenhum pedido de ajuda. Ele também defendeu a aprovação de um projeto de lei paralisado no Congresso que integraria os sistemas de inteligência da polícia estadual em todo o país, uma medida que os analistas consideram uma forte resposta ao crime organizado.

Castro é filiado ao mesmo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e faz parte da oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os oponentes de Lula tentaram vincular seu governo ao ataque. O senador Flávio Bolsonaro, um dos filhos de Jair Bolsonaro, postou um vídeo alegando que Lula havia abandonado o Rio de Janeiro.

O governo enviou representantes ao estado na quarta-feira e anunciou a criação de um gabinete emergencial para combater o crime organizado no Rio de Janeiro.

Na manhã desta quinta-feira, Lula assinou uma lei que, segundo o governo, fortalece o combate ao crime organizado. A nova lei criminaliza a conspiração e a obstrução de ações contra grupos criminosos e aumenta a proteção dos funcionários públicos e das suas famílias, incluindo os reformados, desde que estejam em risco devido às suas funções profissionais.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, também anunciou na manhã de quinta-feira que uma comissão do Senado começará a investigar a estrutura, expansão e operações do crime organizado no Brasil a partir da próxima semana.

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Gabriela Sá Pessoa reported from Sao Paulo.

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